quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

...Mais vale tarde do que nunca




Embora não pareça, nasci em Lamego nos idos de 29 de Novembro de 1946 e até 2 de Agosto de 1972 nada de relevante se pode acrescentar. Libertei-me do jugo do patronato a 30 de Abril de 2001 e desde então vivo dos juros dos descontos que fiz para a SS ((Segurança Social(antes que haja equivocos)). Posso ser visto pelos lados de uma aldeia norte alentejana que dá pelo nome de N.ª Srª da Graça de Povoa e Meadas, concelho de Castelo de Vide, Distrito de Portalegre. Mantenho residencia em Lisboa aonde me desloco cada vez que a saudade dos netos é superior ao esforço da condução. Estou disponivel para intervir,dar palpites,propor forums e dizer mal sempre que necessário.

Já que os tempos sâo finais para 2009, que 2010 nos dê a possibilidade de podermos realizar todos os nossos projectos num ambiente de PAZ,TRANQUILIDADE e MUITA SAUDE.

quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Alteração do modelo de Blogue

Olá rapaziada !

Tive de alterar o modelo do Blogue - a grelha, por assim dizer - para poder incluir certos conteúdos.
Para vocês é igual, mas mais funcional.
Abraço,

Poema do Menino Jesus - F.Pessoa

Num meio-dia de fim de Primavera
Tive um sonho como uma fotografia.
Vi Jesus Cristo descer à terra.
Veio pela encosta de um monte
Tornado outra vez menino,
A correr e a rolar-se pela erva
E a arrancar flores para as deitar fora
E a rir de modo a ouvir-se de longe.

Tinha fugido do céu.
Era nosso demais para fingir
De segunda pessoa da Trindade.
No céu tudo era falso, tudo em desacordo
Com flores e árvores e pedras.
No céu tinha que estar sempre sério
E de vez em quando de se tornar outra vez homem
E subir para a cruz, e estar sempre a morrer
Com uma coroa toda à roda de espinhos
E os pés espetados por um prego com cabeça,
E até com um trapo à roda da cintura
Como os pretos nas ilustrações.
Nem sequer o deixavam ter pai e mãe
Como as outras crianças.
O seu pai era duas pessoas -
Um velho chamado José, que era carpinteiro,
E que não era pai dele;
E o outro pai era uma pomba estúpida,
A única pomba feia do mundo
Porque nem era do mundo nem era pomba.
E a sua mãe não tinha amado antes de o ter.
Não era mulher: era uma mala
Em que ele tinha vindo do céu.
E queriam que ele, que só nascera da mãe,
E que nunca tivera pai para amar com respeito,
Pregasse a bondade e a justiça!

Um dia que Deus estava a dormir
E o Espírito Santo andava a voar,
Ele foi à caixa dos milagres e roubou três.
Com o primeiro fez que ninguém soubesse que ele tinha fugido.
Com o segundo criou-se eternamente humano e menino.
Com o terceiro criou um Cristo eternamente na cruz
E deixou-o pregado na cruz que há no céu
E serve de modelo às outras.
Depois fugiu para o Sol
E desceu no primeiro raio que apanhou.
Hoje vive na minha aldeia comigo.
É uma criança bonita de riso e natural.
Limpa o nariz ao braço direito,
Chapinha nas poças de água,
Colhe as flores e gosta delas e esquece-as.
Atira pedras aos burros,
Rouba a fruta dos pomares
E foge a chorar e a gritar dos cães.
E, porque sabe que elas não gostam
E que toda a gente acha graça,
Corre atrás das raparigas
Que vão em ranchos pelas estradas
Com as bilhas às cabeças
E levanta-lhes as saias.

A mim ensinou-me tudo.
Ensinou-me a olhar para as coisas.
Aponta-me todas as coisas que há nas flores.
Mostra-me como as pedras são engraçadas
Quando a gente as tem na mão
E olha devagar para elas.

Diz-me muito mal de Deus.
Diz que ele é um velho estúpido e doente,
Sempre a escarrar para o chão
E a dizer indecências.
A Virgem Maria leva as tardes da eternidade a fazer meia.
E o Espírito Santo coça-se com o bico
E empoleira-se nas cadeiras e suja-as.
Tudo no céu é estúpido como a Igreja Católica.
Diz-me que Deus não percebe nada
Das coisas que criou -
"Se é que ele as criou, do que duvido." -
"Ele diz por exemplo, que os seres cantam a sua glória,
Mas os seres não cantam nada.
Se cantassem seriam cantores.
Os seres existem e mais nada,
E por isso se chamam seres."
E depois, cansado de dizer mal de Deus,
O Menino Jesus adormece nos meus braços
E eu levo-o ao colo para casa.
...
Alberto Caeiro

domingo, 13 de dezembro de 2009

Antecipando o Natal - António Gedeão

Dia de Natal

"Hoje é dia de ser bom.
É dia de passar a mão pelo rosto das crianças,
de falar e de ouvir com mavioso tom,
de abraçar toda a gente e de oferecer lembranças.

É dia de pensar nos outros - coitadinhos - nos que padecem,
de lhes darmos coragem para poderem continuar a aceitar a sua miséria,
de perdoar aos nossos inimigos, mesmo aos que não merecem,
de meditar sobre a nossa existência, tão efémera e tão séria.

Comove tanta fraternidade universal.
É só abrir o rádio e logo um coro de anjos,
como se de anjos fosse,
numa toada doce,
de violas e banjos,
entoa gravemente um hino ao Criador.
E mal se extinguem os clamores plangentes, a voz do locutor
anuncia o melhor dos detergentes.

De novo a melopeia inunda a Terra e o Céu e as vozes crescem num fervor patético.
(Vossa Excelência verificou a hora exacta em que o Menino Jesus nasceu?
Não seja estúpido! Compre imediatamente um relógio de pulso antimagnético.
Torna-se difícil caminhar nas preciosas ruas.
Toda a gente se acotovela, se multiplica em gestos, esfuziante.
Todos participam nas alegrias dos outros como se fossem suas
e fazem adeuses enluvados aos bons amigos que passam mais distante.
Nas lojas, na luxúria das montras e dos escaparates,
com subtis requintes de bom gosto e de engenhosa dinâmica,
cintilam, sob o intenso fluxo de milhares de quilovates,
as belas coisas inúteis de plástico, de metal, de vidro e de cerâmica.

Os olhos acorrem, num alvoroço liquefeito,
ao chamamento voluptuoso dos brilhos e das cores.
É como se tudo aquilo nos dissesse directamente respeito,
como se o Céu olhasse para nós e nos cobrisse de bênçãos e favores.
A Oratória de Bach embruxa a atmosfera do arruamento.
Adivinha-se uma roupagem diáfana a desembrulhar-se no ar.
E a gente, mesmo sem querer, entra no estabelecimento
e compra - louvado seja o Senhor! - o que nunca tinha pensado comprar.

Mas a maior felicidade é a da gente pequena.
Naquela véspera santa
a sua comoção é tanta, tanta, tanta,
que nem dorme serena.

Cada menino
abre um olhinho
na noite incerta
para ver se a aurora
já está desperta.
De manhãzinha
salta da cama,
corre à cozinha
mesmo em pijama.

Ah!!!!!!!!!!

Na branda macieza
da matutina luz
aguarda-o a surpresa
do Menino Jesus.

Jesus,
doce Jesus,
o mesmo que nasceu na manjedoura,
veio pôr no sapatinho
do Pedrinho
uma metralhadora.

Que alegria
reinou naquela casa em todo o santo dia!
O Pedrinho, estrategicamente escondido atrás das portas,
fuzilava tudo com devastadoras rajadas
e obrigava as criadas
a caírem no chão como se fossem mortas:
tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá.

Já está!
E fazia-as erguer para de novo matá-las.
E até mesmo a mamã e o sisudo papá
fingiam
que caíam
crivados de balas.

Dia de Confraternização Universal,
dia de Amor, de Paz, de Felicidade,
de Sonhos e Venturas.
É dia de Natal.
Paz na Terra aos Homens de Boa Vontade.
Glória a Deus nas Alturas."

A diferença está nos óculos...

O Manuel Costa Lopes, antes e depois, diz ele...

Tempo de Natal

Ave Maria (Gounod)
Carmen Monarca, acompanhada por André Rieu e Orquestra


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sábado, 12 de dezembro de 2009

Um pouco de cultura, para começar bem

Chopin, Polonaise nº 6, opus 53 "Heróica", pela pianista russa Elena Kushnerova
Que ma-ni-tas ! É um deleite, não é ?


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Comunicar...

(Missão impossível...)

Olá rapaziada ! Está tudo vivo ?

Cá está o Blogue prometido !
O título é sugestivo e agrada-me porque retrata o espírito das mensagens que andamos a trocar há anos...
Daqui para o futuro espero que vocês TODOS escrevam aqui sobre os projectos e as coisas interessantes que estão a fazer, tudo bem documentado com fotos e videos.
Não se esqueçam que, para poderem escrever no Blogue, têm de ter uma conta GMAIL, além da necessária permissão do Sr. Administrador do "condomínio" (eu próprio), porque isto não é nenhuma rebaldaria...
Nos vossos escritos, não se armem em velhos, dizendo que o antigamente é que era bom; como alguém disse, "o ontem já passou, o amanhã é incerto, o que importa é o HOJE".

No entanto, porque não contar umas estórias, principalmente as "condimentadas"?

Mas antes, recordar os dados pessoais; começo eu : J.Rosário, alentejano de S.Brissos-Beja, nascido a 11/12/1942, casado, dois filhos - ele informático, ela farmacêutica - a viver nos subúrbios de Loures. Admitido na TAP em 2/3/1970 e Reformado em 1/5/2004. Actualmente aluno e professor numa Universidade Sénior.
Hobies: a Família, a Música, os lugares mágicos para Férias, os Livros, a Informática, a Net, o Desporto de Bairro, a Dança, as Línguas (incluindo as de Bacalhau)...e quanto ao mais, tudo o que seja TOPO DE GAMA: os Automóveis, os Vinhos, a Gastronomia, as Casas, etc. (Modesto morreu pobre...)

E chega por hoje... agora, tu !